quinta-feira, 18 de outubro de 2012

"O caminho do poço das lágrimas", André Vianco

Ficha técnica

Título: O caminho do poço das lágrimas
Autor: André Vianco
Ilustrações: Lese Pierre
Editora: Novo Século
Número de páginas: 199
Gênero: Ficção. Literatura brasileira

Sinopse (Retirada do próprio livro)

   Você está preparado para cruzar O Caminho do Poço das Lágrimas? Naquela manhã, Jonas, Ingrid e Bosco não estavam quando despertaram subitamente em frente a uma sombria passagem de pedras, enveredando por uma floresta escura e fria. O trio voltava de uma viagem de final de semana quando o pai, Jonas, acabou errando o caminho. Agora, perdidos, Bosco - o caçula - tem sede; Ingrid tem pressa; e Jonas, tem medo. Medo de explicar aos filhos como foram parar diante do caminho do poço das lágrimas, medo de não ter tempo, medo de estar fazendo tudo errado em sua vida. O Caminho do Poço das Lágrimas, escrito por André Vianco e ilustrado por Lese Pierre, vai conduzir o leitor numa jornada tocante e inesquecível. 

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   - Não me lembro daqui - disse Ingrid. - Na verdade... eu nunca passei por aqui na minha vida.
   - E sabe o que me deixa mais triste, mana? É que eu tô morrendo de sede e até agora não vi uma venda e também não vi lugar nenhum onde pudéssemos tomar água. Já estou ficando doido.
   - Vamos andar. Ainda não chegamos. Quando chegarmos, teremos água, comida, conforto, tudo isso.
   - Você está falando isso desde que entramos o carro, pai. Não quer parar nunca. Parece que não curte ficar com a gente!
   - E a mamãe? Por que ela não ligou? Por que não pede pra ela vir buscar a gente?
  Jonas não sabia o que responder para a filha. Não queria mentir, mas também não queria contar a verdade, que ainda era nebulosa em sua mente e, com toda certeza, soaria sombria aos filhos.

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Minha opinião

   Eu confesso não conhecer a obra de André Vianco e apenas comprei O Caminho do Poço das Lágrimas porque, para fechar um pedido promocional eu precisava escolher um livro e esse, após breve pesquisa na internet, foi o único entre tantos que me chamou a atenção.
   O Caminho do Poço das Lágrimas é narrado em forma de fábula; uma fábula gótica, e toda sua trama gira em torno de três personagens; Jonas (pai), Ingrid (filha) e Bosco (filho). O livro começa exatamente assim: "Era uma vez três pessoas que viajavam por uma estrada escura. O trio adormece e nossa história começa justamente quando um deles desperta, abrindo os olhos depois de uma noite de sono agitado." A partir desse ponto, entramos em um mundo estranho e perigoso, confuso e fantasioso e somos levados a desvendar; por meio de metáforas envoltas em cânticos infantis, os mistérios quem rondam o trio protagonista da trama. Reflexões acerca da morte e a forma como vivemos atualmente são inevitáveis após a leitura do livro.
   Este livro me chamou a atenção por dois motivos: a bela capa (Capas de livros me fascinam tanto quanto suas histórias) e o resultado de minha pesquisa na internet; muitos elogios ao autor e sua obra em geral e, uma equilibrada divisão de opiniões - entre bom e ruim - nas resenhas de O Caminho do Poço das Lágrimas. Elogios e criticas atiçaram minha curiosidade e por fim, decidi ler o livro e tirar minha própria conclusão sobre ele.
   Minha conclusão? - Me senti tão confusa quanto os protagonistas da trama no início da história e quando me encontrei dentro do mundo escrito por Vianco, achei ele desinteressante e muitas vezes cogitei largar a leitura e, só não fiz isso porque minha mania de terminar tudo que começo e a esperança de surgir algo "revelador" não me permitiram. E não é que esse "algo" surgiu?! - Lá no último capítulo a história termina diferente daquilo que imaginei...e isso salvou um livro previsível, com clichês, diálogos fracos e infantis de  ser decepcionante. Digo; a revelação final, as belíssimas ilustrações de Lese Pierre (eu adoro desenho), a canção do poço das lágrimas (canção descrita na trama) e a mensagem acerca do amor que nos leva a refletir sobre a vida, impedem a obra de ser decepcionante. No mais, creio que um autor com tantos elogios (repito: desconheço as obras de André e me baseio somente em minha pesquisa rápida na internet), tendo em mãos um tema tão promissor, poderia ter escrito uma história melhor e eu deixo a critério de vocês ler ou não O Caminho do Poço das Lágrimas. Eu não cogito ler novamente.

A canção do poço das lágrimas

"Quando estivermos naquele lugar
Eu vou te dar a mão pra caminhar
Por uma trilha estranha vamos passar
E nenhuma vez sua mão eu vou soltar.

Mas se seu amor for forte e durar
Juro, meu benzinho, que vai ser fácil suportar
Toda a distância que vai surgir
Só vai... aumentar o que eu sinto por ti.

Quando aos portões a gente chegar
prometa não ter medo e nem mesmo chorar
porque eu jamais, jamais vou te abandonar
Nem mesmo que as formigas queiram te levar.

Mas se seu amor for forte e durar
Juro, meu benzinho, que vai ser fácil suportar
Toda a distância que vai surgir
Só vai... aumentar o que eu sinto por Ti.

Quando aos portões a gente chegar
prometa não ter medo e nem chorar
porque eu jamais, jamais vou te abandonar
Nem mesmo que o porteiro não me deixe passar.

Quando a dona aranha nos encontrar
Lembre que ela sempre vem pra nos carregar
porque todo mundo tem uma hora de partir
E pelo poço das lágrimas nos vamos passar.

Mas se seu amor for forte e durar
Juro, meu benzinho, que vai ser fácil suportar
Porque eu te quero e nunca vou te abandonar
Porque eu te amo e jamais, jamais isso vai mudar."

Sobre o autor

André Vianco é um escritor brasileiro, nascido em São Paulo/SP, e criado em Osasco. Adotou Vianco como seu sobrenome artístico em homenagem a cidade de Osasco, derivando da rua Dona Primitiva Vianco. Suas obras sobrenaturais misturam terror, suspense, fantasia e romance e geralmente envolvem o tema vampiros.
  
Wikipedia
Blog do Vianco
Página oficial do autor



domingo, 23 de setembro de 2012

"O que o dia deve a noite", Yasmina Khadra.

Ficha técnica

Título: O que o dia deve à noite
Autor: Yasmina Khadra
Tradução de: Sandra M. Stroparo
Editora: Argumento
Número de páginas: 389
Gênero: Romance. Ficção francesa

Sinopse (Retirada do próprio livro)

   "Sua outra mão agarrou meu ombro livre. Procurava alguma coisa no fundo do meu olhar. Nossos narizes quase se encostavam e nossos hálitos se misturavam. Eu jamais o tinha visto nesse estado, exceto talvez no dia em que foi procurar Germaine para anunciar que o sobrinho seria, dali em diante, filho deles.
   - Se uma mulher amar você, Younes, se uma mulher amar você profundamente, e se você souber reconhecer a imensidão desse privilégio, nenhum deus chegará a seus pés.
Antes de subir para o escritório, ele completou, com a mão no corrimão da escada.
   - Vá atrás dela... Um dia, sem dúvida, poderemos ir a outros planetas, mas nem todas as glórias da terra vão consolar aquele que deixar escapar a verdadeira chance de sua vida.
   Eu não escutei."

"O melhor livro do ano"
Lire Magazine

"O talento de khadra dá vida ao caos e às incertezas de uma época."
Le Nouvel Observateur

Sinopse (Retirada da internet)

   Argélia, década de 1930. Younes tem apenas nove anos. Seu pai, arruinado por dívidas, perde suas terras, é obrigado a se mudar para Orã e decide dar o filho para o tio, um farmacêutico integrado à comunidade francesa da cidade. Younes, rebatizado de Jonas, cresce entre os meninos franceses, de quem se torna companheiro inseparável. Eles compartilham descobertas, sonhos e medos que nem a Segunda Guerra Mundial ou o nacionalismo árabe conseguem perturbar. Até o dia em que Émilie volta à cidade. A história de amor que havia começado anos antes renasce e, junto com a revolução de independência, desafia os limites da coragem, da amizade e da lealdade. Esta sinopse encontra-se aqui.

Minha Opinião

   Um dia, pesquisando livros no site do submarino, encontrei O que o dia deve a noite em promoção por R$10,00 e fiquei encantada com três coisas; 1º a capa e o título, 2º a sinopse e 3º o preço. Mas, como até aquele momento eu nunca havia ouvido e lido nada a respeito deste livro, o encantamento inicial não bastou para que eu me decidisse pela compra (eu sou difícil...rs) e por esse motivo eu fui em busca de resenhas para me certificar de que a compra realmente valeria a pena. Eu encontrei algumas resenhas, todas indicando a leitura e isso bastou para eu decidir pela compra (creio que, afinal eu não devo ser tão "difícil" assim...rs). E que bom que optei pela compra. Repito: QUE BOM!
   O que o dia deve a noite é um livro maravilhoso que tocou meu coração. Um romance que comove, toca e sensibiliza, escrito de forma poética; é triste e apaixonante. Lindo, me fascinou do início ao fim da leitura.
   É uma obra muito bem escrita e traduzida, mescla com perfeição ficção (história de amor) e realidade (história da Argélia) e é de uma narrativa tão envolvente, que cheguei a duvidar que fosse uma história fictícia.
   Eu "super" indico este livro e, se não encontrarem ele pelo preço banana que eu encontrei, (um achado, que quase deixei passar...) não hesitem em comprar, pois sua leitura vale cada centavo gasto.

Algumas frases e trechos do livro

   "Meu pai parou a carroça perto do homem e acionou a manivela de freios. Compreendeu de que o mercador falava, mas não respondeu.
   O mercador bateu as mãos com um ar escandalizado.
   - Quando vi o fogo ao longe, naquela noite, achei que um pobre-diabo voltava para o inferno, mas não podia imaginar que era você.
   - É a vontade do senhor - Disse meu pai.
  - É mentira, e você sabe disso. Quando os homens fazem maldades o Senhor esta ausente. Não é    justo sobrecarregá-lo pelos malfeitos que somos os únicos a tornar possíveis."

   "A vida é um aprendizado permanente. Quanto mais pensamos saber, menos sabemos, as coisas mudam muito e as mentalidades também."

   "- Cale-se... Por favor, não diga mais nada... Não tenho a sua sabedoria, e lamento por isso. Mas se o saber serve para rebaixar os outros até o chão, eu não o quero."

   "Quando o amor lhe passa uma rasteira, é porque você não o merece. A nobreza está em conceder ao amor sua liberdade. É só a esse preço que amamos de verdade."

   "... Ele dizia que, quando dois seres se amam, eles escapam das regras e das maldições. O amor apazígua os deuses e não pode ser negociado porque todo acordo ou concessão seria um atentado ao que ele tem de mais sagrado."

   "Não há vergonha nem crime no amor, exceto quando o desperdiçamos, mesmo quando por uma boa causa."

   "- O pôr do sol, a primavera, o azul do mar, as estrelas da noite, todas as coisas que consideramos belas só têm magia quando as apreciamos ao lado de uma mulher, meu menino... Porque a beleza, a verdade, a bondade é a mulher. O resto, todo o resto é apenas encanto acessório."

   "Se você quer trazer um traço de eternidade para sua vida e continuar lúcido no meio da loucura, ame... Ame com todas as forças, ame como se você não soubesse fazer mais nada, ame até deixar os reis e os deuses com ciúmes... porque é no amor que toda feiura se descobre bela."

   "Aquele que desperdiçar a mais bela história de sua vida só terá arrependimentos e todos os suspiros do mundo não poderão consolar sua alma..."

Sobre o autor

   Yasmina Khadra é o pseudônimo de Mohammed Moulessehoul. Nascido em 1955, ele era um oficial do exército argelino e se manteve no anonimato assumindo o nome de sua esposa, para sobreviver e evitar a censura militar durante a guerra civil argelina. Apesar de muitos romances de sucesso na Argélia, Moulessehoul só revelou sua verdadeira identidade em 2001, após deixar o exército e ir para o exílio e reclusão na França. Em 2004, a revista Newsweek o aclamou como "um dos escritores raros capazes de dar um sentido à violência na Argélia hoje."
   Para mais informações clique aqui.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

"Laços de Amizade - As primaveras de uma vida", Cássia G. Montouto



Ficha técnica

Título: Laços de Amizade - As primaveras de uma vida.
Autor: Cássia G. Montouto
Editora: Produção independente (Não tem editora)
Número de páginas: 173
Gênero: Romance

Sinopse (Retirada do próprio livro)

   Clara é uma jovem musicista, bolsista, que mora há quatro anos na cidade de Amsterdam. Perdeu o pai ainda na adolescência, o qual considerava uma grande referência em sua vida. Clara alimenta uma paixão imensa pela música e pela instrumentalidade da arte em transmitir seus sentimentos mais profundos.        Apaixona-se por Guilherme e juntos vivem uma linda história de amor, na cidade onde a primavera encanta os olhos de quem a vê. Por traçarem metas distintas, Clara e Guilherme acabam se separando com a vinda da garota para o Brasil.
   Clara divide seus sonhos e compartilha sua vida desde sua ida à Holanda, com Júlia, que se torna sua melhor amiga. Juntas vivem momentos inesquecíveis na Europa e no Brasil, na pequena cidade de Holambra, onde Clara nasceu.
   Mas, o destino traz à Clara uma infeliz notícia e uma surpreendente missão. Tocar os corações daqueles que mais amou. Clara assim fez, tocando o coração do mundo.
   A partir de então, o suspense, a emoção, a magia e o encontro de Clara com sua própria essência faz com que Laços de Amizade – As primaveras de uma vida, toque também o seu coração.

Minha opinião

   O livro "Laços de Amizade - As primaveras de uma vida" é um romance escrito em 3ª pessoa, que narra a história de vida da jovem musicista Clara; uma menina meiga, carinhosa e apaixonada, que ama sua família, amigos e noivo, e, vive angustiada com a incerteza de seu futuro, uma vez que as primaveras da vida lhe pregam desagradáveis peças e belas surpresas.

   Este livro me fez lembrar os romances de Nicholas Sparks. Para quem não conhece; as obras de Sparks são sempre repletas de drama e é quase impossível EU não chorrar lendo. A autora tem uma forma de escrever bem diferente a de Nicholas, mas a trama, por vezes triste e o final surpreendente (surpreende mesmo), de "Laços de Amizade", me remeteram a lembrança dos romances de Nicholas Sparks. PS: Eu não chorrei com este livro, mas confesso que por muito pouco...

   Cássia G. Montouto faz uso de uma linguagem fácil e a narrativa flui bem. A autora mescla com harmonia drama e comédia, o que torna o romance leve. A diagramação me deixou, inicialmente, um pouco confusa, mas depois que entendi a divisão de capítulos, me encontrei dentro da história e pude aprecia-la melhor. O livro é curto e, a meu ver, curto até de mais. Em vários capítulos eu senti falta de mais explicações, mais diálogos...achei tudo muito corrido. Na minha opinião, algumas páginas a mais em alguns capítulos não faria mal algum.

   Pôr fim, digo que "Laços de amizade" é uma obra envolvente, tem uma trama bonita e de suas páginas flui uma variedade de sentimentos que é impossível não parar para refletir acerca de alguns deles (em especial o perdão). Eu indico a leitura com uma ressalva; se você não curte diálogos melosos, respire fundo, pois pode se irritar em alguns momentos. PS: "Eu" não curto romances com diálogos melosos, então me aborreci em alguns trechos, mas nada que tenha feito eu desistir do livro.

Algumas frases e trechos do livro

"Esta noite, vou pedir para as estrelas brilharem em sua direção e para sempre você será a luz que iluminará a minha vida. Eu te amo, minha menina! Casa comigo, amor? – disse Guilherme, retirando um anel de seu bolso"

"Jamais perca seu sorriso, pois ele vem de dentro de você para o mundo. Apesar de contarmos com o mundo para completar nossa felicidade, jamais devemos entregar a ele a nossa capacidade de amar. Essa é somente nossa!"

“O amor é sofredor, é benigno o amor; o amor não é invejoso, o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas folga com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.”


Sobre a autora

   Cássia Montouto é brasileira, nascida em São Paulo. É uma musicista, escritora e advogada apaixonada pela vida e pelas pessoas que sabem fazer a vida valer a pena.

sábado, 30 de junho de 2012

"Vida após o amor", Sofia A. White

Vida Após o Amor

Ficha técnica

Título: Vida após o amor
Autor: Sofia A. White
Editora: Perse - PS Autopublicação e Prestação de serviços Ltda
Número de páginas: 123
Gênero: Romance contemporâneo, Literatura nacional

Sinopse (Retirada do próprio livro)

   Claire Santoro e Joseph Antero são de mundos totalmente opostos, mas estão prestes a conhecer a força do destino e um amor arrebatador. Joseph é um rico empresário que pretende construir uma extensão de sua empresa em uma pequena cidade do interior. Claire é uma assistente social cuja maior ambição na vida é manter funcionando um instituto para crianças carentes. Quando os interesses desses dois estranhos se cruzam, algo muito especial acontece. Recheada de personagens instigantes e momentos divertidos, "Vida após o amor" é uma promessa de romance, sensualidade, risadas e emoção na medida certa. Um livro único e imperdível.

Minha opinião

   Eu confesso que após ler o denso romance "A letra escarlate", eu precisava ler algo leve e, procurando por livros que suprissem o "quesito leveza", me deparei com "Vida após o amor". De "cara", achei a capa linda e ela me transmitiu uma paz... então li a sinopse e esta, me levou a lembrar da minha adolescência, quando eu lia os romances "Sabrina", "Bianca", "Bárbara", etc e me bateu uma saudade...então pensei: Perfeito! - É este mesmo que eu vou ler, um livro leve, previsível (eu sei o início e fim) e que fala de amor.

   "Vida após o amor" fez jus aos meus pensamentos. É um romance super leve, divertido, que descontrai e permite ao leitor - que se entrega a leitura - sentir-se apaixonado. Sophia A. White escreve de forma clara e a narrativa flui muito bem e o fato do início e final do romance serem previsíveis, não desanima nem um pouco, uma vez que a autora, nos reserva agradáveis surpresas no desenrolar da história. (são essas surpresas que eu adoro - rs). Eu defino este livro como uma comédia romântica e indico a leitura do mesmo.

PS: Esqueci de comentar algo que não gostei; o uso de nomes estrangeiros para a cidade e personagens principais. Na minha humilde opinião, o romance ficaria ainda mais gostoso de ler e faria jus a denominação "literatura nacional" se a autora tivesse optado por nomes "comuns" em nosso país. Outra coisa que não me agradou muito foi a diagramação, que é um pouco confusa, mas nada que chegue a atrapalhar a leitura.

Sobre a autora

   Sophia A. White é um pseudônimo e "Vida após o amor" é o primeiro livro da autora brasileira, cujo nome verdadeiro eu não consegui descobrir. Pesquisei na internet por mais informações sobre Sophia e o que encontrei de mais favorável foi uma entrevista que ela concedeu ao Blog Apaixonada por livros.

Entrevista com a Autora

Antes de inciarmos fale um pouquinho sobre quem é Sophia A. White? 
Sophia é um pseudônimo que criei quando decidi lançar “Vida Após o Amor” de forma independente. Foram vários fatores que me motivaram a tomar tal decisão nesse momento, mas nada é definitivo. Espero em breve poder adotar meu nome verdadeiro. 

Como você definiria a história de “Vida Após o Amor”? 
R: Como um romance contemporâneo, de leitura fácil e rápida. Recheado de cenas românticas, sensuais e divertidas. 

Como surgiu a ideia dos personagens e desse ambiente tão encantador? 
R: Tudo o que eu pensei antes de sequer começar a escrever a história foi: “Será que eu consigo escrever um romance contemporâneo como esses de banca que eu gosto tanto?”. Então comecei a divagar sobre um ambiente como o que eu moro, repleto de montanhas e um prospero pólo industrial. Os personagens foram sendo formados conforme a história ia sendo escrita. Gosto de heróis convincentes, cheios de si que vão sendo dobrados pelo poder do amor. E um bom livro para mim deve sempre prender o leitor entre suspiros, arrepios e sorrisos. Se eu consegui isso, só os leitores poderão me dizer, rs. 

Por que publicar de forma independente? 
R: A maioria das editoras de hoje trilham por dois caminhos: ou praticamente não dão chance aos autores nacionais, ou cobram muito caro para isso. Eu posso dizer que conheço inúmeras delas e para esse trabalho específico preferi nem tentar algo mais tradicional. Conheci o PerSe através de um e-mail de divulgação e gostei da proposta. Lá eu não gasto nada, disponibilizo meu livro para quem desejar conhecer meu trabalho e sigo em frente para um novo projeto. Minha meta hoje é apenas escrever por amor ou hobbie. 

“Vida Após o Amor” foi apresentado inicialmente com uma capa e hoje ele tem outra, por que da mudança? 
R: A primeira capa foi feita pela talentosa Adriana Brazil, mas a imagem que eu escolhi não tinha as proporções ideais. Ela me avisou, mas eu fiquei tão apaixonada que nem dei ouvidos, rs. Na hora da impressão o problema: a capa estava desfocada e poderia ficar de qualidade ruim. Entrei em desespero. Mas então surgiu o anjo do Renato Klisman que assumiu a emergência e rapidamente bolou essa nova e oficial capa. Eu amei o trabalho dele e indico esses dois capistas fabulosos para todo autor que precise de tais serviços. E a dica: ouça as sugestões deles, afinal, eles sabem o que fazem! rs 

Você cita duas músicas consagradas “Believe” da Cher e “Hero” de Enrique Iglesias. Conte como foi a escolha... 
R: Eu costumo tirar os títulos dos meus livros através das músicas. Elas são um importante aliado na hora que a inspiração decide fugir, rs. Na hora de escrever o capítulo sobre o reencontro dos personagens Claire e Joseph eu imaginei uma cena onde ele a encontra relaxada em uma festa, de olhos fechados e se entregando a uma música que sempre fez parte da vida dela. Então fui pesquisar e me deparei com a Cher. Claro que já tinha ouvido a música “Believe” antes, mas a letra nunca havia me chamado muito a atenção. Quando ouvi “Do you believe in life after Love?” soube na hora que esse seria o nome do livro e que tinha de incluí-lo na história. 

“Hero” eu descobri sem querer buscando músicas românticas no site do Terra Letras. Achei a melodia deliciosa e logo imaginei a primeira dança de Claire e Josh. 

Tem novos projetos para o futuro? 
R: Atualmente eu estou envolvida com uma novo romance, dessa vez estou arriscando algo histórico. 

Onde o livro pode ser adquirido? 
R: No site da Perse … acesse aqui … por apenas R$ 25,00 mais frete. 



domingo, 17 de junho de 2012

"A letra escarlate", Nathaniel Hawthorne

 
Ficha técnica

Título: A letra escarlate
Autor: Nathaniel Hawthorne
Tradução de: Guilherme da Silva Braga
Editora: Best Seller Ltda (Edições Best Bolso)
Número de páginas: 255
Gênero: Ficção norte-americana, Literatura estrangeira

Sinopse (Retirada do próprio livro)

   Durante o século XVII, na comunidade puritana de Massachusetts, nos Estados Unidos, o adultério era um crime punível com a morte. Entretanto, a jovem Hester Prynne recebe uma pena considerada leve pelos habitantes de sua cidade: ela é obrigada a levar a letra "A" de adúltera bordada em suas roupas por toda vida, como marca de sua desonra. Hester enfrenta a humilhação diária e luta para criar sozinha a filha ilegítima, sem revelar a identidade de seu amante. A obra inspirou duas adaptações para o cinema, sendo a mais recente estrelada por Demi Moore. Publicado pela primeira vez em 1850, A letra escarlate permanece um retrato profundo e comovente das fraquezas e paixões humanas.

Minha Opinião

   Há alguns anos, eu assisti o filme "A letra escarlate" estrelado por Demi Moore, e gostei tanto do enredo que sempre quis ler o livro (considero os livros, "melhores contadores de histórias" que os filmes) mas na época, eu não tinha condições de comprar livros e, lembro também, de não tê-lo encontrado em nenhuma biblioteca que eu frequentava. O tempo passou, a ânsia em ler tal obra enfraqueceu e a leitura tão desejada, foi sendo adiada e adiada...até que, em um belo dia navegando pela net, me deparei com a imagem da capa do "dito cujo". Minha mente vagou para os anos de outrora e, fui tomada por um desejo ainda maior que o antigo de adquirir e ler esta obra. E eis aqui o desejo realizado...

   Sim, eu sei que o parágrafo acima se faz desnecessário para quem quer apenas saber minha opinião, mas eu me senti coagida a fazer isso e não encontrei meios de me abster de tal sentimento. As minhas expectativas em uma boa leitura foram grandes; as ótimas criticas que li a respeito desta obra e a ânsia "renovada" em lê-la, fizeram eu esperar muito deste livro...e vocês não podem (ou podem) imaginar a minha decepção ao iniciar a leitura e me deparar com a "A alfandega". Este é o título da introdução de A letra escarlate e aqui, Hawthorne escreve uma "quase" autobiografia, narrando um pouco a respeito de si mesmo em um texto de aproximadamente 40 páginas, que mescla realidade e ficção. Eu aprecio autobiografias e esta, por sinal, é muito bem escrita, a minha insatisfação se deu pelo fato de eu não esperar por isso e também (aqui, talvez minha ansiedade ajudou), por considera-la extensa e repleta de detalhes desnecessários para a introdução do romance. Mas, a leitura da mesma é válida, ela revela detalhes de como originou a história e o autor até se explica sobre o impulso autobiográfico que teve, então, não deixem de ler, mas se estiverem ansiosos pelo romance em si, leiam a introdução por último. PS: Creio que foi o "impulso autobiográfico" de Nathaniel Hawthorne, que me "coagiu" a escrever o primeiro parágrafo da "Minha opinião". Uma punição por meu desânimo inicial... (risos)

   A letra escarlate é um romance denso, forte e dramático do início ao fim. É um livro de narrativa reflexiva e de poucos diálogos, escrito de forma poética e linguajar esmerado. Hawthorne envolve o leitor (me envolveu) com uma história de amor, mistério e suspense repleta de detalhes, que impressionam pela realidade exposta. Não é uma leitura suave e em mim, causou angustia, porém, não arrependimentos, pois, passado o desânimo inicial com a introdução (conforme descrito acima) eu devorei cada página do romance. Adorei a trama e principalmente o desfecho final, que é diferente do filme que assisti (apenas não incluam neste "adorei" o destino dado ao amante de Hester. Na minha opinião, o autor "perdeu a mão" e fez uso de um folclore exagerado, o que não me agradou). Eu "super" indico a leitura.

Dica

   Aos que procuram um resumo do romance "A letra escarlate", eu encontrei na net, dois artigos muito bons. Eles são extensos, pois, não resumem apenas o livro mas, abordam e discutem os fatos que compõem a história do mesmo. A leitura é válida, apenas fiquem cientes que, todos os fatos importantes da obra são revelados, então, aos que curtem suspense, leiam o livro primeiro.

   Os sites dos artigos:



Algumas frases e trechos do livro

"Não pode haver ultraje contra a nossa natureza comum - quaisquer que sejam as delinquências do individuo -, não pode haver ultraje mais flagrante do que proibir o culpado de esconder o rosto. "

"O ódio, mediante um processo gradual e silencioso, chega até a converter-se em amor, a não ser que a transformação seja impedida por irritações contínuas relativas ao sentimento original de hostilidade."

"O público tem um temperamento despótico, é capaz de renegar a simples justiça, quando esta é exigida com demasiado fervor, mas, com a mesma frequência, concede mais do que a justiça ao ouvir o apelo, tal como os déspotas que adoram ver tudo feito conforme a própria generosidade."

"Aquela que um dia foi mulher e por algum motivo perdeu a natureza feminina pode, a qualquer momento, voltar a ser mulher, bastando para tal o toque mágico capaz de motivar a transfiguração. Veremos se Hester Prynne foi assim tocada e transfigurada."

"Tremei, homens, ao conquistar a mão de uma mulher, a não ser que conquisteis junto a paixão suprema de seu coração!"

"- Ó, riacho! Ó, riacho tolo e aborrecido! - gritou Pearl, depois de ouvir um pouco a conversa do córrego. - Por que estás tão triste? Ânimo, e chega de soluços e lamúrias!"

"A alma contempla seu rosto no espelho do instante que passa."

"O amor, seja recém-nascido ou desperto de um sono profundo como a morte, sempre traz consigo o brilho do sol, pois enche os corações de luz até que transbordem no mundo exterior."

Sobre o autor

sábado, 12 de maio de 2012

Ler faz bem ou mal?

   Sempre ouvimos e lemos em diversos locais sobre o bem que a leitura nos proporciona. Ler faz bem à alma (nome deste blog), à mente, à saúde... e, o mal que a leitura pode ocasionar; você já leu ou ouviu algo relacionado a esse tema?
   Há algum tempo eu venho pensando sobre isso e, em uma de minhas viagens pelo mundo virtual, encontrei um artigo bem interessante sobre o bem e o mal de ser ler. Eu adoro ler e leio de tudo; livros, revistas, jornais, propaganda... e até bula de remédios, e sou a primeira a erguer a bandeira da leitura e gritar aos quatro cantos que ler faz muitíssimo bem, mas, como tudo nessa vida tem seu lado bom e ruim, ler não podia ser diferente.
   O autor deste artigo é Antonio Ozaí da Silva, docente na Universidade Estadual de Maringá/PR, doutorado em Educação (FEUSP) e membro do Núcleo de Estudos de Ideologia e Lutas Sociais (NEILS-PUC/SP). Antonio relata seu amor pela leitura, e descreve sobre o mal que a mesma pode ocasionar ao leitor, citando, como exemplo, autores e indivíduos que enlouquecera por lerem em excesso.
   O Artigo tem um texto bem elaborado, porém é um pouco extenso e, como sei que muitos, ao se depararem com um texto tão longo já o descartam de primeira, vou citar aqui no blog alguns trechos que achei interessante. O link para a leitura completa do artigo é este aqui, aos que não se intimidam com vários parágrafos repletos de palavrinhas, boa leitura! 

"Como é grato e nos enche de contentamento descobrir, em meio aos milhares de exemplares, um livro que nos chama a atenção, que nos convida à leitura ou simplesmente contribui para o nosso engrandecimento intelectual."


"Forma e conteúdo amalgamam-se e nos remete para além do nosso ser."


"...detenho-me com admiração diante das palavras esculpidas no papel. Sim, trata-se mesmo de uma obra de arte! São palavras que marcam profundamente o ser, que nos fazem refletir sobre a beleza e a simplicidade do viver."


"Com efeito, o embaraço linguístico é, em geral, um exercício de arrogância, de pose acadêmica, relacionado à necessidade do intelectual em querer firmar-se pelo status."


"Admiro, sobretudo, a capacidade dos que escrevem de maneira bela e inteligível sobre a complexidade da vida. Os que expressam as tragédias e alegrias humanas, com as quais, em qualquer época e lugar, nos identificamos. No fundo, mudam os tempos, os costumes e os governos, mas, em essência, permanecemos os mesmos. Daí a admiração em relação a estes autores que compreendem a alma humana. Seus personagens nos dizem respeito; é da vida que eles nos falam."


"A literatura arrebata o espírito e nos permite um aprendizado prazeroso em todos os aspectos: histórico, político, social, cultural etc."


"...não quero tornar-me um “camundongo comedor de papiros” e sucumbir à realidade dos livros. Receio que a vida, em toda a sua plenitude, com o belo e o horripilante, o bem e o mal, o agradável e o execrável, as pequenas alegrias e as enormes tristezas etc., se esvaeça e se restrinja ao mundo imaginário e fantasmagórico dos personagens e situações descritas nos livros."


“É que não se pensa em nada (...), e as horas passam. Sem se sair do lugar, passeia-se por países imaginários, e o pensamento, enlaçando-se com a ficção, demora-se em pormenores, segue o contorno das aventuras. A gente roça pelos personagens e até parece que se palpita sob os seus trajes”. (Flaubert, 2003: 102-103)"


"...Dom Quixote, de tanto ler, enlouqueceu."

"E então esquecemos de nós próprios e mergulhamos no mundo dos livros..."


"Sorte de quem percebe o risco do delírio causado pelo excesso de leituras ou tem um amigo que lhe adverte do mal que padece."


"O leitor obsessivo sacraliza os livros, transforma-os em seu código de conduta, seu assunto permanente, faz desta relação uma espécie de culto ao erudito."


"Ler é essencial, prazeroso e nos faz bem. Porém, pode fazer muito mal. Depende da nossa capacidade de interagir com a realidade que nos cerca, de não nos deixarmos cair na tentação elitista e desconsiderar o mundo e a cultura não erudita."

quarta-feira, 9 de maio de 2012

"Anjos e Demônios", Dan Brown.



Ficha técnica

Título: Anjos e Demônios
Autor: Dan Brown
Tradução de: Maria Luiza Newlands da Silveira
Editora: Sextante
Número de páginas: 461
Gênero: Ficção americana

Sinopse (Retirada do próprio livro)

   Antes de decifrar O Código Da Vinci, Robert Langdon, o famoso professor de Simbologia de Harvard, vive sua primeira aventura em Anjos e Demônios, quando tenta impedir que uma antiga sociedade destrua a Cidade do Vaticano.
   As vésperas do conclave que vai eleger o novo Papa, Langdon é chamado às pressas para analisar um misterioso símbolo marcado a fogo no peito de um físico assassinado em um grande centro de pesquisa na Suíça.
   Ele descobre indícios de algo inimaginável, a assinatura macabra no corpo da vítima - um ambigrama, uma palavra que pode ser lida tanto de cabeça para cima quanto de cabeça para baixo - é dos Illuminati, uma poderosa fraternidade, considerada extinta há 400 anos.
   A antiga sociedade ressurgiu disposta a levar a cabo a lendária vingança contra a igreja Católica, seu inimigo mais odiado. De posse de uma nova arma devastadora, roubada do centro de pesquisas, ela ameaça explodir a cidade do Vaticano e matar os quatro cardeais mais cotados para a sucessão papal.
   Correndo contra o tempo, Langdon voa para Roma junto com Vittoria Vetra, uma bela cientista italiana. Numa caçada frenética por criptas, igrejas e catedrais, os dois desvendam enigmas e seguem uma trilha que pode levar ao covil dos Illuminati - um refúgio secreto onde está a única esperança de salvação da igreja nesta guerra entre ciência e religião.
   Em Anjos e Demônios, Dan Brown demonstra novamente sua extraordinária habilidade de entremear suspense com fascinantes informações sobre ciência, religião e história da arte, despertando a curiosidade dos leitores para os significados ocultos deixados em monumentos e documentos históricos.

Minha opinião

   Anjos e Demônios é um livro fascinante. Ele possui 461 páginas - grande - mas é tão bem escrito, que sua leitura é fácil e prazerosa. É uma obra de ficção; uma trama que se passa em 24 horas, dividida em 137 capítulos e repleta de mistérios envolvendo a igreja Católica e a ciência, o bem e o mal.
   O autor mesclou muito bem religiosidade, sociedades secretas, ciência, tecnologia e história da arte e, despertou minha curiosidade com a descrição de tantos detalhes e suspense, me envolvendo de tal forma que não conseguia parar de ler, mesmo sabendo o final da história - eu assisti o filme antes de ler o livro.
   Dan Brown foi extraordinário em quase todo o enredo e digo "quase", porque, na minha opinião ele errou em descrever o tempo que algumas ações levaram para serem realizadas. Entendam, toda a trama se passa em 24 horas - como descrito acima - e todos os capítulos enfatizam bem o horário, cronometrando tudo. Em alguns capítulos o autor descreve ações demais para tempo de menos e mesmo sabendo que é uma obra de ficção, me decepcionei um pouco, pois, todo o livro foi escrito com detalhes para que se parecesse real e nestes capítulos evidencia-se a ficção. Para mim, foge ao estilo da história.
   Este foi o primeiro livro de Brown que eu li e digo que adorei. Eu me decepcionei em uns poucos capítulos, sim, mas nenhuma decepção foi maior que o fascínio que senti lendo esta obra. Eu indico.

Algumas frases e trechos do livro

"As vezes, para encontrar a verdade, é preciso remover montanhas."

"...Alguém explicara a ela que o gênio aceita outro gênio incondicionalmente."

"A ciência e a religião não estão em desacordo. É que a ciência ainda é muito jovem para compreender"

"...O mundo real está diante de nós esta noite. Seria uma ilusão ignorá-lo. Orgulho e precedência não podem obscurecer a razão."

Sobre o autor